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A homenagem da Associação Paranaense de Reabilitação (APR), da qual foi um dos fundadores e mantenedores, mandada afixar no túmulo de sua família, no cemitério municipal de Curitiba. |
Há um século, no dia 27 de dezembro de 1915, em Curitiba, na rua Doutor Pedrosa, 175 (hoje 203), nascia meu avô
Mario Chalbaud Biscaia, filho de
Josefina (Finita) Chalbaud Biscaia e João dos Santos Biscaia . Lembro com muita clareza e saudade dele, do seu modo de falar e andar, da sua paixão pelo Clube Atlético Paranaense (CAP), da sua simpatia e sua amabilidade.
Era o penúltimo de oito irmãos: seis homens e duas mulheres, tendo a primeira falecido com menos de um ano de idade, na terrível pandemia da gripe espanhola. Casou-se com Olga Odilá Klüppel Soffiatti, em 28 de maio de 1938 e teve três filhos: Maria do Rocio, minha mãe; Vera Regina, minha madrinha e Mario Junior. Era um marido e um pai amoroso, uma pessoa de trato cordial e afável que, muito cedo, deixou o convívio de uma família cheia de saudades e de um incontável número de amigos e admiradores.
Foi comerciante em Curitiba. Tinha um grande espirito associativo, tendo participado de inúmeros clubes em Curitiba e no litoral do Paraná, destacando-se o CAP. Neste exerceu todos os cargos diretivos, inclusive a presidência interina por seis meses, entre 1947/48, além da direção de futebol do formidável scratch de 1949, que se tornou uma lenda no futebol do Paraná e conquistou o apelido pelo qual ficou nacionalmente conhecido: Furacão. Fundou, com outros amigos, a Associação Paranaense de Reabilitação (APR), entidade à qual se dedicou com especial carinho. Participou, ainda, da fundação do Iate Clube de Guaratuba e foi membro da Junta Comercial do Paraná, emprestando seu nome ao plenário de sessões.
Dele herdei a paixão pelo rubro-negro paranaense, este clube que tem para com ele uma dívida inestimável pela abnegada dedicação em tempos dificílimos, ao lado de muitos outros apaixonados, que o mantiveram existindo para que as gerações de seus netos e bisnetos pudessem orgulhar-se de suas conquistas modernas. O tempo e a indiferença dos sucessivos dirigentes apagou da memória da instituição a grandeza do esforço dos seus construtores pioneiros, relegando-os ao esquecimento, que é uma grave forma de ingratidão.
Mario Biscaia sempre foi um homem de alma modesta, generosa e desapegada dessas vaidades. Neste seu centenário de seu nascimento, faço esta singela homenagem a um grande curitibano e um grande atleticano.
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