quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Guaribu: Somewhere Among The Mountains...

Fachada principal vista do sopé da montanha

Escada lateral de acesso à varanda frontal
O vale frontal visto da sacada
Pátio Interno
Entrada lateral
Vista lateral
Escadas da entrada frontal em cantaria
 Vista do casarão, com a última das quatro palmeiras imperiais originais que existiam na frente. (Fotos de meados da década de 1970).

Sede da Fazenda do Guaribu, Avelar, Paty do Alferes (RJ) - Estabelecida em fins do século XVIII, na serra fluminense, ao longo do vale do Paraíba, primeiro, com um engenho de cana-de-açucar e, mais tarde, para o cultivo de café. Foi fundada por Antonio Ribeiro de Avellar, também, proprietário da fazenda Pau Grande. Na primeira década do século XIX, o genro e a filha de Antonio Ribeiro de Avellar, - Luiz Gomes Ribeiro e sua mulher, Joaquina Mathilde de Assunção -, habitavam com a sogra a sede da fazenda Pau Grande, constituída de duas moradas. De lá, Luiz Gomes Ribeiro administrava todos os bens e negócios da família Ribeiro de Avellar, numa sociedade com sua sogra, a viúva de Antonio Ribeiro de Avellar. Em virtude de desentendimentos familiares e da dissolução da sociedade, coube a Luiz Gomes Ribeiro e sua mulher diversos bens e propriedades, cuja parte principal era constituída das terras da fazenda do Guaribu.

Sede da fazenda Pau Grande, em Paty do Alferes, que pertenceu a Antonio Ribeiro de Avellar, fundador da fazenda do Guaribu. A ampliação deste casarão em duas alas autônomas foi realizada por Luiz Gomes Ribeiro e sua mulher, que aí residiram, até mudarem-se para o Guaribu
O casal mudou-se, em meados da década de 1810, para uma casa antiga que existia numa parte dessas terras, conhecida como Guaribu Velho. Mandaram, em seguida, construir um novo engenho e um casarão para sua residência, em outra parte das terras do Guaribu, concluído por volta de 1817, que aparece nas fotos acima. Com o falecimento de Luiz Gomes Ribeiro, em 1838, e de Joaquina Mathilde de Assunção, em 1846, a fazenda foi transmitida a um de seus filhos, Cláudio Gomes Ribeiro de Avelar, mais tarde barão do Guaribu, que ali passou a cultivar café em grande escala. Em 1863, com a morte do barão do Guaribu, que era solteiro, as fazendas do Guaribu e Guaribu Velho foram herdadas por seu irmão e testamenteiro, João Gomes Ribeiro de Avellar, barão e depois visconde da Paraíba, também proprietário de diversas fazendas na região, entre elas, a fazenda da Boa Vista, em Paraíba do Sul, onde residia. O visconde da Paraíba faleceu em 1879, deixando suas fazendas para seus cinco filhos.

As terras das fazendas do Guaribu, Guaribu Velho e parte da fazenda Boa Vista couberam ao seu filho que tinha o mesmo nome. João Gomes Ribeiro de Avellar, o filho, conhecido como Jaco, era advogado formado na Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, tendo exercido a advocacia, no Rio de Janeiro. Tornou-se, também, negociante e comissário de café e foi um grande empreendedor em seu tempo, tendo sido co-fundador da Companhia Docas de Santos, da Cia. Melhoramentos de São Paulo, da Cia. Brasileira Torrens e várias outras empresas. Casou-se com Emerenciana Cândida de Magalhães Calvet, filha de José de Paiva Magalhães Calvet, notável personagem da Revolução Farroupilha.

Este casal transmitiu a fazenda do Guaribu a sua filha Leocádia Calvet de Avellar Simões, casada com Arthur Quirino Simões, que por sua vez deixou-a para sua filha Herundina (Neném) de Avellar Simões Peralta, casada com Valdomiro Villet Peralta. O casal teve quatorze filhos, entre eles meu avô Arthur Carlos Peralta, e deu origem à numerosa família Peralta, que ainda possui estas terras. A velha casa grande foi demolida durante a década de 1980, dela restando apenas a escada, a varanda e os bancos, em pedra de cantaria, e apenas uma das quatro palmeiras imperiais, plantadas em renque, defronte ao casarão.