segunda-feira, 22 de março de 2021

O Educador e Construtor de Escolas da FAB



                                                                                

Turma de 1935 da Arma de Aviação do Exército formada na Escola Militar do Realengo 


Aeronave de instrução Fairchild PT-19, da Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, pilotada pelo capitão aviador Arthur Carlos Peralta, em 1942.
Revista "A Esquadrilha", ano II, n. 10, 1942.



 


Decretos de exoneração da presidência da Comissão de Estudos e Construção da Nova Escola de Aeronáutica e de nomeação para o comando da EOEIG em fevereiro de 1965 

Correio da Manhã - 28/01/1965


                                                    
No ano em que se comemoram os oitenta anos da Força Aérea Brasileira e da Escola de Aeronáutica, hoje Academia da Força Aérea Brasileira, destaco a importância da participação de meu avô, o brigadeiro Arthur Carlos Peralta, em muitas fases da história desta instituição educacional da FAB, como instrutor de voo, como professor, como comandante do destacamento precursor da futura Academia da Força Aérea e, depois, como presidente da comissão de estudos e construção da mesma. Além da futura AFA em Pirassununga (SP), meu avô comandou a EOEIG em Curitiba (PR), uma grande paixão em sua carreira. 

O brigadeiro Arthur Carlos Peralta, ao longo de sua vida militar, desde que formou-se aspirante na turma de 1935 da arma de aviação do Exército, na Escola Militar do Realengo, sempre foi um educador e um construtor de escolas de oficiais aviadores e de especialistas da aeronáutica. Ao atingir o posto de oficial-general da Força Aérea Brasileira, meu avô contava com mais de três mil horas de voo e possuía todos os títulos de cursos de formação e aperfeiçoamento de oficiais, no Brasil e no exterior, sempre como o primeiro de turma. Ao concluir, em 1957, o Curso Superior de Comando na ECEMAR recebeu a mais alta menção concedida até então pela escola. Todas as suas promoções na carreira militar foram pelo critério de merecimento.

As fotos mostram um pequena parte desta trajetória. Ao alto, pilotando um Fairchild PT-19, quando instrutor de vôo, em 1942. Na seguinte, no mesmo  ano, como capitão-aviador, chefe de classe, à direita na foto, ao lado de dois alunos da Escola de Aeronáutica do Campo dos Afonsos, publicada na revista A Esquadrilha, órgão da escola. Durante grande parte de sua carreira foi instrutor de jovens oficiais aviadores, para o que fez inúmeros cursos de aperfeiçoamento no Brasil e nos EUA. Nas duas fotos seguintes, em julho de 1964, na sua posse como comandante do Destacamento Precursor de Escola de Aeronáutica, em Pirassununga (SP), com a presença do brigadeiro Márcio de Souza e Mello, então comandante da IV Zona Aérea, e de cadetes da escola. Na outra foto, em novembro de 1964, já como presidente da Comissão de Estudos e Construção da Nova Escola de Aeronáutica, sediada naquela cidade paulista, que se tornaria a Academia da Força Aérea Brasileira. Acima, em 1965, como comandante da Escola de Oficiais Especialistas e de Infantaria de Guarda (EOEIG), na base aérea do Bacacheri, em Curitiba, onde serviu por muitas vezes.
Contra capa da revista da Escola de Oficiais Especialistas e de Infantaria de Guarda - EOEIG, de novembro de 1966, com a frase do brigadeiro Peralta sobre a importância daqueles que tornam possível a atividade aeronáutica. 
                                                                                 
Por temperamento e vocação, preferia as funções de comando de tropa àquelas de gabinete ou de estado-maior, especialmente, quando fossem o comando das unidades de formação e aperfeiçoamento de oficiais da FAB. Foi um grande realizador de obras físicas e de melhoramentos educacionais nas Escolas que comandou, deixando um imenso legado formação técnica de qualidade para as gerações seguintes da FAB.