1826 1846 |
Como disse antes, as pesquisas genealógicas familiares estão cada vez mais favorecidas pela constante publicação de livros antigos e registros na internet. O Google Books publicou recentemente novos documentos, que contém informações sobre a trajetória militar do meu tetravô Ludgero José Villet, pai da trisavó Maria Adelaide de Burgos Chapuzet Villet que junto com meu trisavó, o médico Antonio Botelho Peralta tornaram-se a matriarca e o patriarca do nosso ramo brasileiro da família Peralta, tendo chegado entre 1857 e 1858 ao Brasil.
Os registros acima detalham momentos do início e do fim da carreira militar de Ludgero José Villet, como oficial de Infantaria do Exercito Português. O primeiro registra a incorporação de Ludgero ao Regimento de Infantaria número 4, no posto de alferes (equivalente a segundo-tenente, nos dias atuais), transferido das Companhias provisórias de Cabo Verde, no mesmo posto, onde foi ajudante de ordens de seu tio então coronel, João da Matta Chapuzet, governador do Arquipélago. A incorporação deu-se por decreto de 28/09/1826, publicado na Gazeta de Lisboa, número 240, página 985, em 12/10/1826.
Quartel de Santo Ovídio na cidade do Porto - cerca de 1850 |
O segundo revela que em 1846, no posto de capitão, Ludgero José Villet comandava a 6ª Companhia do Regimento de Infantaria número 2, na cidade do Porto. O Regimento estava sob o comando do coronel Manoel Eleutério Malheiro e sediado no famoso Quartel de Santo Ovídio, no Campo da Regeneração (atual praça da República). A informação consta do Directorio Civil, Político, Commercial da Cidade do Porto e Villa Nova de Gaya, edição de 1846 da Typographia Commercial, página 81. Também consta que Ludgero residia na rua Bella da Princesa, nº 2 (hoje a conhecida rua de Santa Catarina).
Segundo outros documentos que pesquisei e já publiquei neste blog (vide post), Ludgero José Villet foi reformado compulsoriamente, ou seja, transferido para a 3ª Seção do Exército, em 25 de outubro de 1846, num de ato de perseguição política da Junta da Patuleia, durante a famigerada revolução da Patuleia. Aparentemente, o ato foi definitivo e encerrou precocemente a vida militar de Ludgero José Villet. É de se registrar que Ludgero ficou pelo menos cinco anos longe das fileiras do Exército, acompanhando seu tio, o coronel João da Matta Chapuzet, num exílio forçado durante o período da usurpação de dom Miguel, o que certamente atrasou sua carreira.
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