Ato de transferência de Ludgero José Villet para a reserva. ¹ |
Lista dos militares e civis portugueses emigrados (exilados) na Bélgica, em 1832 aptos a juntarem-se às tropas de dom Pedro.² |
Auto de juramento de lealdade ao governo de dona Maria II, firmado por Ludgero José Villet e por seu tio, o coronel João da Matta Chapuzet.² |
As pesquisas de todo gênero estão
hoje muito favorecidas pela internet, tanto pelos documentos disponíveis em
meio digital, quanto pelas informações que permitem obter documentos em meios
físicos, junto a bibliotecas e em publicações de livros. As pesquisas sobre Ludgero José Villet, pai da trisavó Maria Adelaide de Burgos Chapuzet Villet
Peralta têm avançado lentamente, mas, com um número cada vez maior de
informações, tanto em meios digitais, quanto em meios físicos.
Por meio de diversas pesquisas, foi
possível saber que Ludgero José Villet nasceu cerca do ano de 1805 e que
ocupava, na arma de Infantaria do Exército português, o posto de
capitão. Em reproduções encontradas na internet, sobre registros militares, o seu sobrenome constava com três grafias diferentes: Villete, Villeti e Vilete. Em uma carta escrita de próprio punho, em 1835, Ludgero assina seu sobrenome como sendo Villete. Nas certidões de batismo e casamento de sua filha Maria Adelaide, minha trisavó, seu sobrenome consta como Villet. Meu bisavô chamava-se Valdomiro Villet Peralta e todos seus irmãos utilizavam o sobrenome assim grafado.
Por meio da certidão de batismo da trisavó Maria Adelaide, em 1837, que obtive em pesquisas digitais, sei que ele nasceu em Lisboa e era filho de Ludgero José Villet e de Marianna Gertrudes Chapuzet, nascida em Lisboa e irmã do brigadeiro João da Matta Chapuzet (vide post). Era casado com Roza Adelaide de Burgos, natural da cidade de Burgos, na Espanha, filha de dona Roza de Burgos e de dom Felippe Fernandez, ambos espanhóis e residentes em Burgos. Nesta certidão consta que, na ocasião, residiam na rua 16 de Maio (atual rua dos Mártires da Liberdade), na Cidade do Porto. Nada sei sobre as datas de nascimentoª, casamento ou falecimento de Ludgero e Roza Adelaide.
Por meio da certidão de batismo da trisavó Maria Adelaide, em 1837, que obtive em pesquisas digitais, sei que ele nasceu em Lisboa e era filho de Ludgero José Villet e de Marianna Gertrudes Chapuzet, nascida em Lisboa e irmã do brigadeiro João da Matta Chapuzet (vide post). Era casado com Roza Adelaide de Burgos, natural da cidade de Burgos, na Espanha, filha de dona Roza de Burgos e de dom Felippe Fernandez, ambos espanhóis e residentes em Burgos. Nesta certidão consta que, na ocasião, residiam na rua 16 de Maio (atual rua dos Mártires da Liberdade), na Cidade do Porto. Nada sei sobre as datas de nascimentoª, casamento ou falecimento de Ludgero e Roza Adelaide.
Por meio de outros documentos
digitais e de livros adquiridos em Portugal pude saber que Ludgero José Villet
sentou praça muito cedo e, com pouco mais de dezessete anos, já no posto de alferes de infantaria, era ajudante de campo do governador do arquipélago de Cabo Verde, seu tio
João da Matta Chapuzet, de quem esteve muito próximo durante grande parte da sua vida militar. Encontrei,
ainda, documentos sobre o seu exílio (ao lado de João da Matta Chapuzet) em
Bruges, Ostende e Dunquerque, para fugir das perseguições do reinado de usurpação de dom Miguel; e o
juramento de lealdade que prestou à dona Maria II, como legítima rainha constitucional de
Portugal, em agosto de 1830.
Sobre o exílio, sabe-se que centenas de civis e militares fieis à rainha dona Maria II, perseguidos pelo governo miguelista, que mandou executar sumariamente aqueles que sustentavam a causa da Restauração, exilaram-se em Plymouth, na Inglaterra. Contudo, tornaram-se um ônus demasiado para o governo britânico, obrigando-os a ir para a Bélgica, no que ficou conhecido como "depósito dos emigrados". Enquanto aguardavam que dom Pedro organizasse um "exército de libertação", ao qual se juntariam, os emigrados passaram por toda a sorte de privações, pela escassez de recursos para prover suas necessidades, que estavam a cargo do governo da regência, instalado na ilha Terceira dos Açores.
Foi ainda possível saber que em abril de 1833 regressou a Portugal e lutou nas tropas do Exército do duque de Bragança (dom Pedro I do Brasil – dom Pedro IV de Portugal) pela restauração do trono de dona Maria II. Fez parte do Estado Maior do Exército de dom Pedro, como ajudante de ordens do legendário tenente-general Thomas Guilherme Stubbs, barão e visconde de Vila Nova de Gaia, oficial dos Exércitos britânico e português, herói da guerra peninsular, que comandava o 4º Distrito, de Lordello à Senhora da Luz.
Sobre o exílio, sabe-se que centenas de civis e militares fieis à rainha dona Maria II, perseguidos pelo governo miguelista, que mandou executar sumariamente aqueles que sustentavam a causa da Restauração, exilaram-se em Plymouth, na Inglaterra. Contudo, tornaram-se um ônus demasiado para o governo britânico, obrigando-os a ir para a Bélgica, no que ficou conhecido como "depósito dos emigrados". Enquanto aguardavam que dom Pedro organizasse um "exército de libertação", ao qual se juntariam, os emigrados passaram por toda a sorte de privações, pela escassez de recursos para prover suas necessidades, que estavam a cargo do governo da regência, instalado na ilha Terceira dos Açores.
Foi ainda possível saber que em abril de 1833 regressou a Portugal e lutou nas tropas do Exército do duque de Bragança (dom Pedro I do Brasil – dom Pedro IV de Portugal) pela restauração do trono de dona Maria II. Fez parte do Estado Maior do Exército de dom Pedro, como ajudante de ordens do legendário tenente-general Thomas Guilherme Stubbs, barão e visconde de Vila Nova de Gaia, oficial dos Exércitos britânico e português, herói da guerra peninsular, que comandava o 4º Distrito, de Lordello à Senhora da Luz.
Finalmente, descobri quando,
aparentemente, chegou ao fim sua carreira militar, com a transferência do
capitão de infantaria Ludgero José Villet para a 3ª Seção do Exercito (a
reserva), em 26/10/1846, por meio de ato da famigerada Junta Provisória
(conhecida como Junta da Patuleia), que governou a maior parte do território
português durante o período da guerra civil da Patuleia. Alguns desses atos,
eivados dos ressentimentos políticos da ocasião, foram revogados
posteriormente, mas, não foi possível saber se a aposentadoria precoce de Ludgero
José Villet foi revista.
Mais que isso, ainda não pude encontrar, por ora. Neste ano de 2015, quando se completam 210 anos do nascimento de Ludgero José Villet, espero conseguir maiores e melhores informações.
Mais que isso, ainda não pude encontrar, por ora. Neste ano de 2015, quando se completam 210 anos do nascimento de Ludgero José Villet, espero conseguir maiores e melhores informações.
¹ Publicado em "Os Titulares e os Oficiais da Patuleia" - Miguel Esperança Pina, Nuno Borrego e Lourenço Vilhena de Freitas - Ed. Tribuna da História - Lisboa - 2006).
ª Considerando o ancestral costume português de dar nomes aos filhos segundo o santo do dia, seria lícito supor que Ludgero José Villet nasceu em 26 de março (dia de São Ludgero) ou em 19 de março (dia de São José). Assim, março parece ser o mais provável mês do seu nascimento.
² "Documentos para a historia das Cortes geraes da nação portugueza: coordenação auctorisada pela Câmara dos senhores deputados" - Imprensa Nacional - Lisboa - 1890 - (pags. 439, 440 e 539)
³ "Lista Geral dos Officiaes do Exército Libertador referida ao dia 25 de Julho de 1833" - Typ. de A.J.C. da Cruz - Lisboa - 1835. ª Considerando o ancestral costume português de dar nomes aos filhos segundo o santo do dia, seria lícito supor que Ludgero José Villet nasceu em 26 de março (dia de São Ludgero) ou em 19 de março (dia de São José). Assim, março parece ser o mais provável mês do seu nascimento.
Obs. 1: Ludgero José Villet teve um filho homônimo que veio ainda menor para o Brasil, provavelmente, junto com a trisavó Maria Adelaide, sua irmã mais velha. Este filho foi sócio de uma fábrica de cigarros e charutos no Rio de Janeiro, situada na rua de Bragança, nº5 e casou-se com Emília Mercês de Freitas, em Niterói (RJ), em 20/08/1869. Faleceu aos 43 anos, em junho de 1884, na cidade do Rio de Janeiro, vitima de tuberculose.
Obs. 2: Ludgero José Villet e Rosa Adelaide de Burgos Villet tiveram outra filha, chamada Rosa de Burgos Villet, nascida em 22/01/1841 e batizada em 18/02/1841, na igreja de Nossa Senhora da Oliveira, na vila de Guimarães, em Portugal.
Obs. 2.1: O casal teve ainda outros dois filhos: Filippe e Luiz Fernandez Villet, que faleceram em 20/05/1844, na freguesia de São Pedro de Miragaia, ambos vitimas de coqueluche, segundo o termo de óbito. Um deles tinha alguns meses de idade o outro pouco mais de um ano de vida. Antes disso, em 15/03/1844, faleceu sua mãe Roza Adelaide de Burgos Fernandez Villet, na mesma freguesia. No óbito não constou a causa da morte.
Obs. 3: Conforme certidão de batismo, Ludgero nasceu em Lisboa e foi batizado em 04/03/1805, na igreja de Santa Catarina, sendo que, na ocasião, seu pai e homônimo já havia falecido. (atualização de janeiro/2016)
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